Diga o que a criança deve fazer, em vez de dizer “não faça isso”.
Educar é corrigir. Corrigir é substituir
uma forma de reação inconveniente por uma adequada. Dizer apenas “não
faça isso” é dar uma ordem negativa. A criança tem prazer na ação. Para
desviá-la da ação inconveniente é preciso sugerir-lhe a ação
conveniente, a fim de não privá-la do prazer de agir.
Não diga que uma coisa é má apenas porque lhe aborrece.
A qualificação de uma coisa em boa ou má é
importante para a criança na formação da as capacidade de julgamento.
Não deve ser feita com fundamento apenas na tendência afetiva momentânea
de quem faz. Se é má, cumpre dar a razão de modo compreensível para a
criança, e esta razão deve estar na coisa em si e não no agrado que nos
causa.
Não fale da criança em sua presença, nem pense que ela não escuta, não observa, nem compreende.
A criança se sente objetivo da atenção dos
adultos, quer quando a elogiam, quer quando a censuram, desenvolve uma
excessiva estima de si mesma, que a levará a procurar essa atenção de
qualquer maneira, e a sofrer quando não a consegue.
Não interrompa o que uma criança está fazendo, sem avisá-la previamente.
A criança tem prazer na ação.
Interrompe-la subitamente é causar-lhe violenta emoção de natureza
inibidora. Se é necessário interrompê-la proceda de modo que se evite a
emoção de surpresa.
Não manifeste inquietação quando a criança cai, ou não quer comer, etc. Faça o que for necessário sem se agitar e alarmar-se.
A inquietação alarmada em torno de
qualquer episódio da via de uma criança serve, apenas, para ampliar o
tom emocional do acontecimento. Cumpre, ao contrário, considerar as
coisas com naturalidade, para que nela se desenvolva a capacidade de
dominar suas próprias emoções.
Ocupe-se dos interesses e necessidades da criança, em vez de somente demonstrar amor acariciando-a constantemente.
O carinho físico é agradável para quem o
dá e recebe, mas pode não corresponder aos interesses e necessidades
reais da criança: Deus, amor, aceitação, significado, apreciação,
segurança, pertencer, ensino, elogios, disciplina e etc.
Vá passear com a criança, em vez de levá-la para passear.
A criança, por suas deficiências naturais,
é uma dependente. Quanto mais cedo se anular em seu espírito tal
sentimento de dependência tanto mais rapidamente se completará o
sentimento de que se basta a si mesma. “Levá-la para passear” é
colocá-la na dependência da iniciativa alheia. “Ir com ela passear” é
associar-la à iniciativa e à ação, o que lhe dará mais prazer.
Não faça sermões morais à criança pequena.
As expressões de conteúdo moral são
incompreensíveis para a criança pequena, porque são abstratas. Os
“discursos” e “sermões” que as contenham valem somente como expressão
inteligível de uma estado de espírito que ela não compreende e que a
alarma.
Sempre cumpra as suas promessas.
Para a criança, prometer é começar a
realizar. Se a promessa não se cumprir, haverá uma frustração como se a
criança houvesse sido privada de alguma coisa, o que se dá em seu
espírito origem à descrença.
Sempre diga a verdade para a criança.
A mentira até pode ser aceita socialmente,
mas para a criança é uma desilusão e destrói a autoridade como fonte de
conhecimentos e fonte da verdade.
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