sábado, junho 08, 2013

Órfão de pais vivos


Quantos filhos não trocariam muitos bens que possuem pela presença mais constante de seu pai?

O abandono afetivo geralmente acontece após o divorcio dos pais
Foto: Divulgação

AutoraLaís Loureiro(Graduada em Psicologia pelo UNIPE, Especializanda em Neuropsicologia, Atuação na área clinica com abordagem em Psicologia Cognitivo-Comportamental.)

Filhos que tem pais vivos mas não tem seu amor, seus cuidados, seu carinho,sua atenção, onde poucas vezes tem apenas ajuda financeira.

O abandono afetivo geralmente acontece após o divorcio dos pais e a figura que se faz ausente em sua grande maioria é o pai.

Após a separação o pai deixa de ver a criança, deixa de visitar e de se fazer presente e participar da vida do menor, passando a ser uma figura cada vez mais desconhecida e distante.

O que tem acontecido bastante hoje em dia, devido ao alto índice de separações conjugais, é o distanciamento da figura paterna que chega a perder o contato com seus filhos, fazendo com que esses sejam verdadeiros órfãos de pai vivo.

Os filhos que sofrem do abandono afetivo não construirão uma memória positiva de amor, de carinho, de afeto, de afago, de cuidados, referente ao pai ausente, assim como, não se sentirão importantes para a figura que o abandona, sendo assim, muito provavelmente, embora haja sofrimento, com o passar do tempo substituirão a figura ausente por outra pessoa acolhedora que faça parte do seu convívio.

Psiquicamente essa substituição é positiva pois contribui para construção da personalidade baseada em referenciais suficientemente bons, onde haverá referencia de amor e moral.

Toda e qualquer criança precisa se sentir acolhida e amada, o abandono afetivo destrói a auto-estima, destrói a referencia de amor e moral que a criança um dia teve.
 
Pais que agem dessa maneira esquecem que uma criança além das necessidades materiais tem muitas outras: ser protegida, ensinada, amparada, encorajada e, sobretudo, amada. São coisas que também fazem parte da função de um pai. Com um valor maior do que, por exemplo, pagar uma escola caríssima para o filho.

Essa função não deve ser perdida sob nenhuma hipótese e há a necessidade de que este pai seja maduro o suficiente para entender que o casamento acabou e não o papel de pai, que embora esteja enfrentando o divorcio, seus filhos não devem ser penalizados e esquecidos de tal forma.

Quantos filhos não trocariam muitos bens que possuem pela presença mais constante de seu pai?

Ter um filho vai além de uma questão afetiva. É uma questão moral. Quem tem um filho tem o dever moral de cuidar dele em seus aspectos físicos e psíquicos, até que ele possa por si só caminhar sozinho. E mesmo assim os pais continuam indispensáveis. Assim como é dever dos filhos cuidar de seus pais. De uma coisa ela vai precisar sempre – de um pai e uma mãe que estejam ao seu lado para enfrentar os desafios.

Infelizmente, o índice de abandono afetivo é real e alto. Quem é pai, pode até não se fazer presente mas é consciente deste ato pois sabe que existe uma criança “abandonada”, sendo assim, sob esta ótica é indescritível definir um ser humano que de forma consciente abandona seu filho, colocando-o sob a condição de filho órfão de um pai vivo.

Fonte: http://www.fernandaalbuquerque.com.br/

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